sábado, 24 de janeiro de 2009

Objeto Não Identificado: presente-potente-ciente

Deus apareceu pra mim hoje (acreditem se quiser). Para o meu maior espanto Ele era: calvo, barba branca, olhos azuis, aparência de um senhor de 70 anos, vestido com um manto branco. De uma imensidão, do tamanho de um prédio de onze andares. Olha, essa altura do campeonato, eu tinha tomado apenas umas quatro ou cinco latas de cerveja, nada comprometedor, nada que pudesse tirar a credibilidade sobre a minha própria consciência, a não ser pelo fato de eu ter visto Deus. “Fiquei louco”, pensei. Mesmo assim resolvi escutá-lo, afinal não é todo dia que aparece um gigante, calvo, de barbas brancas, mesmo se for alucinação, valeu a pena tê-la. Sendo Ele ou não, é impressionante como o poder do cérebro é capaz de fazer uma coisa tão real, mesmo não sendo. Agora, abrindo um parênteses, o que acho engraçado, é que ninguém vai acreditar, quando falar que Deus apareceu pra mim, mas acreditam nele, mesmo assim acham inviável que eu possa tê-Lo visto, e vão dizer que eu estou ficando louco, eu que não acredito mesmo nessas coisas de Deus eticétaras e tals, posso até achar que estou maluco, agora, porque que Deus, que tanto existe não pode aparecer, até agora não sei direito se o que vi era real, mas era tão palpável, que resolvi começar a acreditar; foi então que Ele disse, antes mesmo que eu pudesse abrir a boca:

-Não necessitais expressar oralmente, pois sou Deus, onipotente-presente, que vos fala.

Acredito que ele não estava falando só comigo, ou será que Ele só sabe falar na segunda pessoa do plural? Continuou...

-O sentido da vida é:
Primeiro: aqueles que devotam sua vida a mim, agradeço e obrigado.
Segundo: aqueles que simplesmente acreditam, ou por simplesmente acreditarem ou por medo, também agradeço.
Terceiro: aqueles que só curtem a vida, mas têm os valores talhados pela sociedade, e mesmo não tendo crenças, agem de forma que acham certo, obrigado.
Quarto: aqueles que curtem a vida e não se importam com ninguém, e passam por cima dos próprios valores, ou dos valores talhados pela sociedade, obrigado.

Eu, sem entender nada, nem tempo de pensar, Ele prosseguiu...

-Porra bicho, sou onisciente, sei passado, presente, futuro. No momento da criação já sabia tudo o que aconteceu, não tudo o que aconteceria, sabia todo o acontecido, desde o momento em que decidi criar tudo, aliás, não decidi de uma hora pra outra, já sabia que o mundo estava criado a partir de tal ponto do tempo.
-Sim, sim. Sou sádico e não tenho mais o que fazer.

2 comentários:

Lisluz disse...

caracoooooolis

que texto genial!

é seu?

Vicente Figueiredo disse...

Lisluz, é meu sim, obrigado.