quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Genérico e simples

Gosto de coisas genéricas e simplistas. Uma frase genérica que, simplesmente, explica o comportamento humano: “não quero ser sócio de nenhum clube que aceita pessoas como eu de sócio”. Pronto. Está feita a teoria com um simples parafraseado. Outra coisa que gosto de fazer é explicar tudo pela teoria da evolução, parece que tudo fica claro. Por que as pessoas são gordas? Só recorrer à teoria da evolução. Tudo resolvido. Na pré-história era difícil se alimentar, os Homens passavam dias sem comer, então os que tinham maior capacidade de acumular gordura (energia) sobreviviam por um período maior de tempo, portanto, os que tinham essa qualidade geravam mais descendentes. Poderia listar inúmeras questões e resolveria todas pela teoria de Darwin.
Voltando ao parafraseado. Não existe melhor frase para explicar a ambição do Homem, a insatisfação. É bem verdade que um ser que cria a designação querer nunca quererá ser sócio de um clube que o aceite. Heureca! Genérica, simplista, frase perfeita, teoria perfeita. Voltando à teoria evolucionista e fazendo uma ponte com a religião. Prefiro pensar que sou fruto de uma evolução natural, conforto-me, simples e genericamente. Vou confessar que roubei a idéia dessa última frase de um zoólogo, que declarou algo parecido em uma entrevista. Continuarei na linha do raciocínio dele. Tem gente que não consegue se confortar com essa idéia e recorre ao sobrenatural para explicar a vida, assim sente-se confortável. Não questionarei o que cada pessoa faz para se sentir melhor, mais feliz, enfim. Só que existem coisas que me deixam pasmo. Ou até indignado. A discussão sobre o que será lecionado nas escolas públicas nas aulas de ciências: criacionismo ou evolucionismo. Só o fato de essa discussão existir já me dá uma ânsia. Claro que tem aquela frase famosa: Não concordo com uma só palavra que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las. Não consigo conceber nem o fato de existirem pessoas que discutam isso no âmbito científico. Abismado é o adjetivo mais próximo que consigo designar para o meu sentimento quanto aos criacionistas quando defendem a idade da Terra. Dá-me nos nervos que essa discussão ainda exista. Deus criar tudo e ponto final é genérico e simplista demais.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Estratégia de Mercado - Terrorismo Psicológico

Você vai ao Mc Donald’s comprar um lanche. O preço de uma promoção (aquela que vem com batata e refrigerante junto) nunca é exato, é algo do tipo dez reais e oitenta e cinco centavos. Ao lado do caixa tem uma caixa de plástico transparente com algumas moedas dentro. Após pagar pelo seu lanche, o caixa pergunta se você quer doar o seu troco em moedas para as crianças com câncer. Você responde que sim. Imagina responder que não, além do olhar acusador do funcionário na sua direção, as outras pessoas que estão na fila o olharão com ar de reprovação. Afinal, você não seria tão muquirana, não negaria 15, 20, 50 centavos de seu dinheiro para ajudar as criancinhas doentes. Não você, que esbanja dez reais para gastar em um lanche. E não são crianças com uma doença qualquer, estão com câncer. Saca o terrorismo? Criança com câncer, “praticamente” obrigam você a doar o dinheiro.
O Mc Donald’s usa de terrorismo psicológico para a autopromoção e lucro. Usa o seu dinheiro para “ajudar” as crianças, abate a doação do imposto de renda e ainda fica com fama de bonzinho.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Caixa de Pandora

Ouvi uma história sobre um episódio de um seriado que seria mais ou menos assim:

Um dia qualquer chega uma pessoa qualquer a sua casa. Essa pessoa toca a campanhinha, você abre a porta. “Olá, tudo bem? Em que posso servi-lo?”. O estranho que bate a sua porta carrega uma caixa de madeira com um pequeno detalhe: um botão vermelho na parte superior. Responde: “olá, tenho aqui uma caixa que possui um botão vermelho, se apertá-lo resolverá todos os seus problemas”.
Você fica se perguntando como que o simples apertar de um botão resolveria todos os seus problemas, e mais, quais seriam todos os seus problemas, e como um estranho saberia deles. “Se você apertar o botão automaticamente um milhão de reais será depositado em sua conta”, diz a pessoa, o estranho, a sua porta. E você, mais uma vez, confuso, se pergunta: “como poderia ele saber que estou passando por problemas financeiros”. Era bem verdade, você, com um milhão resolveria muitos, se não todos, os problemas. Quitaria sua casa, compraria um carro novo, pagaria a faculdade de seu filho. Você não teria motivos para não apertá-lo, não apertar o botão.
“Fique com a caixa”, diz o estranho, “quando quiser pode acioná-la. E quando apertar o botão uma pessoa que você não conhece e nunca irias conhecer morrerá”. Não fará nenhuma diferença em sua vida, já que, se for verdade, a pessoa que falecerá não teria interferência nenhuma em sua vida, basta apertar um botão e um milhão de reais será seu.
Você fica com a caixa, sua consciência fica em dúvida: “será que lidarei bem sabendo que uma pessoa será prejudicada por minha causa?”. Os problemas financeiros apertam, você será despejado de seu imóvel se não pagar a próxima parcela da hipoteca, você resolve apertar o botão. Que maravilha! Está tudo resolvido, sua vida está maravilhosa, casa quitada, faculdade do filho garantida, carro novo...
Eis que toca a sua campanhinha mais uma vez. A sua porta, o mesmo estranho, a mesma pessoa dizendo: “quero a caixa de volta”. Você, confuso, pergunta o porquê. O estranho responde: “darei essa caixa para uma pessoa que você não conhece e nunca viria ou virá a conhecer”.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Tudo virou hipótese

-Perplexo seria a palavra mais apropriada, imagino. Vamos discutir sobre o armário, ou melhor, um armário qualquer, feito de madeira. Madeira, todos sabemos de onde veio: árvore; a árvore é derrubada, cortada... Vira uma tábua. Agora pode ser trabalhada pelos marceneiros e virar um armário. Essa é a história do meu armário, onde guardo minhas roupas.
-Até aí tudo bem.
-Até aqui tudo bem?
-É só uma hipótese. Como o evolucionismo, criacionismo...
-Evolucionismo não é hipótese, é fato. A história sobre a origem do meu armário também é fato. Aprendi na escola.
-Criacionismo também aprendi na escola. Teu argumento não é válido.
-Não estou falando de aulas de Religião. Estou falando das aulas de Ciências.
-Então, aprendi criacionismo nas aulas de Ciências.
-Mas tu sabes do que eu estou falando...
-Sei não.
-Assim não dá para discutir, tu és muito cético.