sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Caixa de Pandora

Ouvi uma história sobre um episódio de um seriado que seria mais ou menos assim:

Um dia qualquer chega uma pessoa qualquer a sua casa. Essa pessoa toca a campanhinha, você abre a porta. “Olá, tudo bem? Em que posso servi-lo?”. O estranho que bate a sua porta carrega uma caixa de madeira com um pequeno detalhe: um botão vermelho na parte superior. Responde: “olá, tenho aqui uma caixa que possui um botão vermelho, se apertá-lo resolverá todos os seus problemas”.
Você fica se perguntando como que o simples apertar de um botão resolveria todos os seus problemas, e mais, quais seriam todos os seus problemas, e como um estranho saberia deles. “Se você apertar o botão automaticamente um milhão de reais será depositado em sua conta”, diz a pessoa, o estranho, a sua porta. E você, mais uma vez, confuso, se pergunta: “como poderia ele saber que estou passando por problemas financeiros”. Era bem verdade, você, com um milhão resolveria muitos, se não todos, os problemas. Quitaria sua casa, compraria um carro novo, pagaria a faculdade de seu filho. Você não teria motivos para não apertá-lo, não apertar o botão.
“Fique com a caixa”, diz o estranho, “quando quiser pode acioná-la. E quando apertar o botão uma pessoa que você não conhece e nunca irias conhecer morrerá”. Não fará nenhuma diferença em sua vida, já que, se for verdade, a pessoa que falecerá não teria interferência nenhuma em sua vida, basta apertar um botão e um milhão de reais será seu.
Você fica com a caixa, sua consciência fica em dúvida: “será que lidarei bem sabendo que uma pessoa será prejudicada por minha causa?”. Os problemas financeiros apertam, você será despejado de seu imóvel se não pagar a próxima parcela da hipoteca, você resolve apertar o botão. Que maravilha! Está tudo resolvido, sua vida está maravilhosa, casa quitada, faculdade do filho garantida, carro novo...
Eis que toca a sua campanhinha mais uma vez. A sua porta, o mesmo estranho, a mesma pessoa dizendo: “quero a caixa de volta”. Você, confuso, pergunta o porquê. O estranho responde: “darei essa caixa para uma pessoa que você não conhece e nunca viria ou virá a conhecer”.

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