sábado, 14 de novembro de 2009

O elevador caiu pra cima

 
    Eu, particularmente, em minha própria opinião, expresso toda a revolta, advinda do meu âmago, que possuo dentro de mim mesmo. Mais precisamente, quando digo que subir pra cima ou descer pra baixo não são pleonasmos, não estou apenas defendendo uma hipótese absurda criada por um insano com disponibilidade ociosa muito maior do que deveria, possibilitando, assim, uma teoria conspiratória a respeito de pleonasmos, quero, realmente, dizer que tem fundamento baseado, principalmente, na especificidade de que um considerado pleonasmo possa acrescentar a uma ideia.
    Por exemplo, esses dias, soube duma história, e não soube duma estória, de um elevador que caiu pra cima. O cara saiu branco, não chegou a se machucar, mas é óbvio que qualquer queda de elevador, em qualquer direção, tanto pra cima como pra baixo, tem o poder de causar espanto. E claro que também causou-me interrogações, afinal, contaram-me que o elevador caíra pra cima. Mas achei a explicação bem plausível, aliás, a única maneira de expressar que o contra-peso, que equilibra e dá a cadência certa ao elevador, rompera e fizera com que o elevador subisse, subitamente, até o último andar, como consequência a brancura do homem que caiu pra cima. E ele disse que o elevador caiu, e caiu mesmo, não haveria outra maneira de contar este fato, sem entrar em maiores delongas, do que dizer que o elevador caiu pra cima, porque o sentimento foi de queda, de o quedar súbito, e a expressão que melhor designa isso, por mais absurda que possa parecer, é: o elevador caiu pra cima.

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