quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Acreditar é preciso, mudar não é preciso


Há muito tempo venho fazendo críticas às religiões, crenças e igrejas, e, muitas vezes, aos religiosos ou aos que possuem algum tipo de crendice. Se é justo, não sei. Acho mais justo criticar as próprias instituições que se valem da ignorância ou ingenuidade alheia para enriquecer ilicitamente. Os que se entregam a essas instituições e enriquecem os manipuladores de massa, por qualquer motivo irracional, acham que estão fazendo o bem. Se por um lado há o conformismo inerente à alienação, por outro existe a crença num mundo melhor, que será alcançado através da fé e da transformação das pessoas. Crêem, além de todos os dogmas, na mudança do ser humano, conseqüentemente da sociedade por inteiro. Apesar de alienados, conseguem enxergar que há salvação num mundo de perdição.

Existem os comunistas, esquerdistas, socialistas, nazistas, fascista e outros itas por aí a fora. Todos acreditam, se não em Deus ou num ser supremo, em uma ideologia. Ideologia essa que tem o poder de mudar o mundo para melhor, pelo menos na visão de mundo melhor deles. Pode-se questionar os meios utilizados para realizar essa mudança, mas esse não é o mérito. A crendice, que foi tantas vezes criticada neste blog, é o ponto que queria chegar. Antes qualquer crença tola em mudança, por mais atroz que possa parecer – “defender” o nazismo e o fascismo hoje em dia é pedir para ser execrado -, do que a alienação conformista.

Direitistas, defensores do capitalismo, dos Estados Unidos, justificam atos inadmissíveis, dizendo que se qualquer país estivesse no lugar dele faria o mesmo. Ou afirmam que o ser humano é assim mesmo, que sendo “honestos” com o jogo do capitalismo já estariam fazendo suas partes. São descrentes, alienados, acreditam na grande imprensa e na cidadania exercida pelo voto, na grande ditadura disfarçada de democracia, imposta desde não sei quando pelos EUA. Pode até parecer teoria da conspiração, mas antes crer em conspirações malignas do que padecer do mal do século XXI: a descrença.


Mesmo a própria descrença não é descrença, e sim uma credibilidade no sistema, uma crença tão cega e irracional quanto às dos evangélicos ou comunistas. A diferença está na mudança. Crer que o mundo é assim e pronto é mais alienante do que conceber que a sociedade poderá ser transformada pela fé dogmática. A grande diferença: acreditar em mudança ou crer em estagnação.

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