terça-feira, 27 de outubro de 2009

Preocupação


    Saí de casa matutando, incomodado com uma situação; preocupado, como só mais tarde veria, à toa. Amanhã, vejo, como só no futuro poderia ver, que aquela situação de modo algum me incomodara. Hoje, chegou até a perturbar meus pensamentos, mas, amanhã, diz-me nada, é irrelevante. Porém, no momento em que ocorreu, não enxergara, aquela discussão realmente empesteou meus pensamentos, e fizera-me sair de casa matutando incomodado.

    Como pude pô-la em primeiro plano, se, amanhã, compreendo perfeitamente a indiferença que ela se encontra? Sinto-me tolo bem por causa disto, da irrelevância que só amanhã consigo ver. Se previsse, como suponho que poderia prever, o sentimento de indiferença, que amanhã sinto, não perderia o dia todo pensando sobre a discussão.

    Desgasto-me, amanhã, em vão, como já houvera me desgastado hoje, tão em vão como amanhã, e igualmente em vão me desgastarei depois de amanhã, perguntando-me porque me desgastara, amanhã e hoje, com pensamentos sem importância.

    Um dia não me preocuparei mais.

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